D. Pedro IV

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sábado, outubro 25, 2008

BRASIL


Em 1500, os Portugueses baptizaram a terra recém-descoberta com o nome de Ilha de Vera Cruz. João Matias, um dos navegadores, declarou que a ilha se deveria chamar “Vera Cruz”. Pedro Álvares Cabral e os missionários franciscanos concordaram com o nome que se referia ao símbolo da cruz. Mas, a proposta de João Matias tinha outra razão. Conforme relatou, depois, na tarde anterior tinha visto uma cruz reflectida no clarão do sol poente. Os franciscanos não acreditaram no que ouviam; porém, também, Pedro Álvares Cabral tinha observado aquele estranho pôr do sol com o símbolo da cruz.
Esse nome passou a Terra de Vera Cruz quando se aperceberam que não se tratava de uma ilha.
Cerca de 30 anos mais tarde, essa terra recém-descoberta, foi rebaptizada. Já em Portugal se ouvia falar nos Brasis.
A origem desta palavra é, ainda, objecto de investigação. Conta-se que, um belo dia ancoraram nas costas do norte do Brasil algumas embarcações, onde se encontravam um grupo de mercadores portugueses que procuravam realizar trocas lucrativas com os indígenas na nova colónia de Portugal. Logo depois da sua chegada, os mercadores contactaram com a pequena tribo dos tapicaris. Como estes indígenas não conheciam qualquer tipo de desconhecidos, nem tinham sido maltratados por eles, receberam-nos de forma amigável e gentil. Os mercadores, alegraram-se com este bom acolhimento e ficaram na aldeia dos índios durante várias semanas. Durante esse tempo participaram em várias festividades especiais da tribo, como a que era dedicada aos génios da floresta, festividade muito importante para os índios, uma vez que para eles a selva eram o meio onde habitavam. Foi, precisamente, durante uma dessas festas que os mercadores, pela primeira vez, ouviram falar na história e na canção do génio da floresta Mbrasil.Ao som da canção de Mbrasil, que fez o seu sangue correr pelas ibirapitangas,sete das mais lindas virgens dos tapicaris dançavam com passos rítmicos. Repetiam inúmeras vezes o nome do grande génio das selvas, que morava dentro da própria árvore. Depois um grupo de velhas colocava, em cima de um tronco, uma espécie de porongo cheio de certo líquido; então, sete homens ricamente adornados de penas multicolores, aproximaram-se cada um com uma longa lança de madeira. Era, então, a vez de os homens iniciarem uma espécie de dança à volta do tronco, mergulhando a ponta das suas lanças naquele líquido, à medida que a dança se desenvolvia. Embebidas no líquido, as pontas das lanças, brilhavam com um colorido vermelho vivo, próprio da árvore ibirapitanga. Estas danças sucediam-se com novas entoações. As sete virgens intercalavam os cânticos de louvor, com o refrão:" Mbrasil, Mbrasil, teu sangue corre pelas árvores do ibirapitanga...". Estas cerimónias decorriam de um pôr-do-sol até ao nascer do sol no dia seguinte. Ao amanhecer, homens e mulheres cantavam, em coro, um cântico de gratidão em honra ao senhor do sol, fonte de calor e vida.
Foi nesta festividade indígena, que os mercadores ouviram, pela primeira vez, o nome Mbrasil. E foi, também, depois dessa festividade, que conheceram a ibirapitanga,árvore de miolo vermelho, que produz uma tinta vermelho vivo, sangue de Mbrasil, génio da floresta. Como o nome Mbrasil era sempre pronunciado em relação à madeira de cor vermelha(pau-brasil, os mercadores compreenderam que aquele era não só o nome da madeira mas também das virgens tapicaris, uma vez que, na dança ritual,elas batiam no peito e sorridentes diziam o nome do génio da floresta. Para a interpretação dos indígenas, um dos génios das selvas era Mbrasil; porém, no sentido da Luz, o conjunto das duas sílabas Brasil significa: terra virgem, país indevassável.
Mbrasil, Brasil! Esse nome ficou de tal forma na mente dos mercadores, que eles, carregados de riquezas de toda espécie, no regresso a Portugal não falavam senão dos Brasis. Já em Portugal, diziam Brasis sempre que se referiam à nova colónia. Como tinham trazido grande quantidade da tal madeira, que, comercialmente, ficou conhecida com o nome de "pau-brasil", essa designação espalhou-se rapidamente, tornando-se mais conhecida em Portugal do que o próprio nome Vera Cruz.
in"Revelações Inéditas da Hístória do Brasil"- SASS, Roselis von. Editora Ordem do Graal na Terra

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