D. Pedro IV

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terça-feira, novembro 29, 2011

Higiene no tempo dos romanos

Este desenho é uma reconstituição!
Foi elaborado a partir de ruinas que ainda hoje podemos observar...os romanos pareciam
 um pouco mais preocupados com sua higiene do que outros seus contemporâneos no ocidente. Eles usavam uma esponja presa a um pedaço de madeira e depois a colocavam em um balde com água salgada.
Aqui tens um vídeo para que possas "visitar" umas termas romanas. Boa Viagem!

sexta-feira, novembro 25, 2011

História da Língua Portuguesa


O que é a língua portuguesa?
O PORTUGUÊS é a língua que os portugueses, os brasileiros, muitos africanos e alguns asiáticos aprendem no berço, reconhecem como património nacional e utilizam como instrumento de comunicação, quer dentro da sua comunidade, quer no relacionamento com as outras comunidades lusofalantes.
Esta língua não dispõe de um território contínuo (mas de vastos territórios separados, em vários continentes) e não é privativa de uma comunidade (mas é sentida como sua, por igual, em comunidades distanciadas). Por isso, apresenta grande diversidade interna, consoante as regiões e os grupos que a usam. Mas, também por isso, é uma das principais línguas internacionais do mundo.
É possível ter percepções diferentes quanto à unidade ou diversidade internas do português, conforme a perpectiva do observador.
Quem se concentrar na língua dos escritores e da escola, colherá uma sensação de unidade.
Quem comparar a língua falada de duas regiões (dialectos) ou grupos sociais (sociolectos) não escapará a uma sensação de diversidade, até mesmo de divisão.


Unidade
Uma língua de cultura como a nossa, portadora de longa história, que serve de matéria prima e é produto de diversas literaturas, instrumento de afirmação mundial de diversas sociedades, não se esgota na descrição do seu sistema linguístico: uma língua como esta vive na história, na sociedade e no mundo.
Tem uma existência que é motivada e condicionada pelos grandes movimentos humanos e, imediatamente, pela existência dos grupos que a falam.
Significa isto que o português falado em Portugal, no Brasil e em África pode continuar a ser sentido como uma única língua enquanto os povos dos vários países lusofalantes sentirem necessidade de laços que os unam. A língua é, porventura, o mais poderoso desses laços.
Diz, a este respeito, o linguista português Eduardo Paiva Raposo:


A realidade da noção de língua portuguesa, aquilo que lhe dá uma dimensão qualitativa para além de um mero estatuto de repositório de variantes, pertence, mais do que ao domínio linguístico, ao domínio da história, da cultura e, em última instância, da política. Na medida em que a percepção destas realidades for variando com o decorrer dos tempos e das gerações, será certamente de esperar, concomitantemente, que a extensão da noção de língua portuguesa varie também.

Luís de Camões

Apesar de pouco se saber sobre Luís Vaz de Camões, ainda assim mesmo o pouco que se sabe é, ainda assim e na maioria dos casos, duvidoso. Pensa-se que Luís de Camões nasceu em Lisboa, talvez no ano de 1524, sendo descendente de uma família oriunda do Norte do país, mais precisamente de Chaves, mas este é um dos fatos sobre os quais não há certezas. Para os defensores desta tese, Luís Vaz de Camões era filho de Simão Vaz de Camões e de Anna de Sá e Macedo. Se assim for, por parte do pai, Luís de Camões seria trisneto do trovador galego Vasco Pires de Camões, sendo também, da parte da mãe, parente do famoso navegador português, Vasco da Gama.
Luís de Camões viveu, provavelmente, durante algum tempo em Coimbra onde terá frequentado aulas de Humanidades, no Mosteiro de Santa Cruz, local onde vivia um tio seu que era padre. No entanto, embora seja certa e esteja mesmo documentada a existência desse tio, D. Bento de Camões, não existe qualquer registo da passagem do poeta por Coimbra. Mesmo assim, essa tese parece ser a mais provável, na opinião dos vários estudiosos da sua vida pois, segundo esses, em algum lado Luís de Camões deve ter adquirido a grande bagagem cultural que demonstra possuir através das suas obras. Após essa fase da sua vida, Luís de Camões terá regressado a Lisboa, onde levou uma vida de boémia. A Luís Vaz de Camões são atribuídos vários amores, não só por algumas damas da corte mas também pela própria Infanta D. Maria, irmã do Rei D. Manuel I.
Mais tarde, Luís de Camões decidiu regressar a Portugal, mas pelo caminho acabou por naufragar na costa de Moçambique, sendo forçado, por falta de meios para prosseguir a viagem, a ficar aí durante algum tempo. Foi aí, em Moçambique, que o seu amigo Diogo do Couto o encontrou, sendo este encontro relatado na sua obra, dando-nos assim a conhecer que o poeta estava nessa altura tão pobre que vivia da ajuda de amigos, daquilo que estes lhe podiam dar. Foi esse mesmo Diogo do Couto quem lhe pagou a viagem até Lisboa, tendo este finalmente aportado no ano de 1569.

Apesar de extremamente pobre e de se encontrar doente, Luís de Camões conseguiu ainda assim publicar “Os Lusíadas” em 1572, graças à influência que alguns dos seus amigos tinham junto do rei D. Sebastião. Mas, até mesmo a publicação da sua obra maior, “Os Lusíadas”, está envolta num pequeno mistério pois existem duas edições do mesmo ano e não se sabe qual foi a primeira. Assim, como recompensa pelos serviços prestados à pátria, o monarca português concedeu-lhe uma modesta pensão. No entanto, por ser sempre paga muito tardiamente, esta pensão também nunca foi suficiente para o salvar da extrema pobreza.
Luís Vaz de Camões acabou por falecer em Lisboa, no dia 10 de Junho de 1580, sendo sepultado a expensas de um amigo. O seu túmulo, situava-se na cerca do Convento de Sant’Ana, em Lisboa. No entanto, o mesmo perdeu-se com o terramoto de 1755, não se sabendo atualmente qual o paradeiro dos restos mortais do poeta, sendo esse o motivo de não estar sepultado em nenhum dos dois túmulos oficiais que hoje lhe são dedicados, sendo um deles no Mosteiro dos Jerónimos e o outro no Panteão Nacional.

Camões é considerado o maior poeta português, sendo que a sua obra situa-se entre o Classicismo e o Maneirismo. No entanto, alguns dos seus sonetos, pela ousada utilização dos paradoxos, prenunciam já o estilo Barroco que se aproximava.

sexta-feira, novembro 18, 2011

Arte Rupestre


A arte rupestre (ou parietal) consiste em pinturas e gravuras efectuadas sobre a rocha (ao ar livre ou, mais frequentemente nas paredes e tectos de grutas) pelo homem do Paleolítico Superior. Na maior parte das vezes são representados animais em liberdade e cenas de caça. Também são encontradas, muitas vezes, mãos humanas em negativo enquanto as representações humanas são muito raras.

Segundo a maioria dos historiadores a arte rupestre seria uma forma de manifestação simbólica ou de práticas de magia e feitiçaria: a representação de animais que geralmente eram caçados teriam como objectivo fazer com que as caçadas tivessem sucesso.

Os principais centros de arte rupestre localizam-se em França na região dos Pirinéus e em Espanha na região do Levante (os locais mais famosos são as grutas de Lascaux e Niaux em França e Altamira em Espanha. Em Portugal merece destaque a Gruta do Escoural no Alentejo e as gravuras ao ar livre no Vale do Côa.

Juntamente com as estatuetas femininas e as esculturas de cabeças de animais (a chamada arte móvel) a arte rupestre constitui a primeira forma de manifestação artística do Homem.

Escravatura – Funções desempenhadas pelos escravos


«Quanto a alimento, passamos muito bem, porque sendo com abundância o fornecimento diário desta casa, todos os escravos são cozinheiros e o meu antigo preto é, além disso, o comprador, merecendo muito a minha estimação por não ter vícios alguns.

Temos lavadeira escrava da casa que, de duas em duas semanas, vai ao rio lavar a nossa roupa; e temos em casa duas negrinhas mocambas que são costureiras e engomadeiras, e uma delas é também rendeira. A mesma preta lavadeira é também compradora naquilo que lhe compete e todas elas cumprem o serviço, não só de cozinha como de sala, quando sucede ser preciso.»

Carta de um funcionário da Livraria Régia para o pai em Lisboa

«Toda a casa que se prezava era provida de escravos aos quais se haviam ensinado algumas artes mais comuns da vida e que não somente trabalhavam nessas especialidades para a família a que pertenciam, como eram também alugados pelos seus senhores a pessoas não tão bem providas quanto aqueles. Não conseguiam ganhar muito. Em 1808 considerava-se um jornaleiro bem pago com meia pataca por dia. Mas o afluxo de estrangeiros e a multiplicação das necessidades dentro em pouco elevaram o valor do trabalho e em grau exorbitante. Deu isso motivo a que surgisse uma nova classe social composta de pessoas que compravam escravos para o fim específico de instruí-los em alguma arte útil, ou ofício, vendendo-os em seguida por preço elevado, ou alugando seus talentos e trabalho.»

JOHN LUCCOCK, Notas sobre o Rio de Janeiro e partes meridionais do Brasil (1820), (este negociante permaneceu no Brasil entre 1808 e 1818).

quinta-feira, novembro 17, 2011

quarta-feira, novembro 16, 2011

Para saber mais sobre os Romanos - Conimbriga

Sobre os ROMANOS...,

Egiptologia - Múmia de museu de Lisboa única no mundo com cancro

A múmia egípcia com mais de 2.000 anos, pertencente ao Museu Nacional de Arqueologia (MNA), é um caso único mundial, após lhe ter sido diagnosticado um cancro na próstata, adiantou à Lusa o investigador Carlos Prates.

Após exames de tomografia que permitiram reconstituir, a três dimensões, todo o corpo mumificado, foi dignosticado a esta múmia, com cerca de 2300 anos, um cancro na próstata com extensões ósseas.

"É um caso único, sendo provavelmente o segundo mais antigo conhecido. Há um achado referente à mesma hipótese nuns ossos muito degradados encontrados na Sibéria, cujas análises presumem que as razões de morte tenham sido cancro na próstata, mas não há radiografia, nem imagens, e dão a idade de 2700 anos; a múmia de Lisboa tem à volta de 2300 anos", disse à Lusa o médico radiologista Carlos Prates, coordenador da equipa clínica.

"É o primeiro caso de cancro na próstata achado numa múmia egípcia que se encontra enfaixada, e sem terem sido usados métodos destrutivos", salientou Carlos Prates.

"Não há nenhum diagnóstico de cancro na próstata numa múmia egípcia, nem de patologia maligna numa múmia que não foi aberta para ser investigada, como era prática no século XIX, até à invenção do raio X", disse o médico radiologista.

A múmia, do período ptolomaico (305-30 antes de Cristo), é designada cientificamente como "M1" e integra o "Lisbon Mummy Project" que se iniciou em 2007 e terminou há cerca de um ano, estando os resultados científicos à espera de publicação numa revista da especialidade.

Só depois da publicação é que se pode revelar todos os pormenores da investigação multidisciplinar que envolve duas outras múmias também pertencentes ao espólio do MNA, mas mais antigas, e animais mumificados que foram os primeiros a ser analisados.

Uma das outras múmias pertence a um sacerdote, Pabasa de seu nome, e revelou uma lesão extensa com origem numa distensão, que lhe terá provocado entorses frequentes "que lhe terão sido dolorosas e, nessas fases, deveria coxear", prossegue o investigador.

Este sacerdote era o responsável por vestir a estátua do deus da fertilidade Min, segundo se soube pelo texto escrito no sarcófago, em hieróglifos, explicou à Lusa o egiptólogo Luís Araújo que integra a equipa multidisciplinar.

Esta é a M2 e enconcotrava-se num sarcófago em tons de dourado, provindo da coleção da casa ducal de Palmela.

Quanto à M1, sem sarcófago, não há conhecimento do que faria, "pois acompanham-na apenas oferendas de proteção para a vida além túmulo e não há qualquer referência a nome ou indício da sua função", que seria necessariamente importante para ter sido enfaixada, já que os corpos dos cidadãos mais comuns eram lançados em buracos no deserto.

Esta múmia, a M1, "está identificada em 1782 na coleção que pertenceu a D. Pedro de Noronha, 3.º marquês de Angeja" e esteve exposta no seu palácio, em Lisboa, onde está instalada a Biblioteca Municipal de Belém.

"O marquês decidiu construir um museu para esta múmia e terá sido dos primeiros na Europa a projectar um museu onde a sua múmia estaria num ponto especial. Esse museu, para qual houve dois projetos, começou a ser construído no Lumiar, no parque do monteiro-mor, tendo ficado apenas construída a parte inferior, pois os filhos não partilhavam da sua paixão pelo colecionismo e não o terminaram", contou Carlos Prates.

"Hoje, essa parte construída é um restaurante. Se o marquês tivesse levado avante o projeto teria sido dos primeiros museus na Europa", referiu o médico radiologista que explicou que, face ao desinteresse dos herdeiros, "a múmia acabou por ir parar ao museu de arqueologia".

Segundo Carlos Prates a terceira múmia "terá origem nas coleções régias ou de qualquer família nobre como as outras". Terá uns 2700 anos e chama-se Irtieru, o que significa "que os dois olhos se voltem contra eles", numa referência aos olhos de Hórus e aos inimigos do defunto.

As múmias foram estudadas no âmbito de uma parceria entre a empresa Imagens Médicas Integradas (IMI) e o MNA, "sem ter custado um cêntimo ao Estado pois contou-se ainda com o mecenato da Siemens para o transporte das múmias e a colaboração da Fundação Gulbenkian, que patrocina a vinda a Portugal da arqueóloga egípcia Salima Sikran que acompanha o estudo".

"Somos todos voluntários, o pessoal médico e técnico, e este pode ser o exemplo de outras parcerias que permitam ficar a conhecer melhor e valorizar o património português", salientou Prates, na medida em que a tecnologia do IMI permite análises sem intrusão destrutiva a cerâmicas, mármores, telas, etc.

A equipa do projecto é coordenada pelo director do MNA, Luís Raposo, integra Luís de Araújo, da Universidade de Lisboa, os médicos radiologistas Sandra Sousa e Carlos Oliveira e ainda o arqueólogo Álvaro Figueiredo, do University College de Londres que, curiosamente, tinha recomendado, num trabalho que fez quando arqueólogo do MNA, o estudo das múmias por este processo.

"Quando nós propusemos ao MNA o estudo das múmias humanas e de animais, por este método, em 2006, topei por mero acaso com um documento do arqueólogo Álvaro Figueiredo que sugeria o estudo das múmias através destes métodos e que ele próprio tinha já batizado o projecto como 'Lisbon Mummy Project'".

"Houve assim uma confluência de vontades", sublinhou Prates.

Os resultados finais deste trabalho "serão divulgados em breve, mas só depois da publicação numa revista científica".

in DN Ciência

quinta-feira, novembro 10, 2011

Tratado de Tordesilhas


A assinatura do Tratado de Tordesilhas culmina um período de confronto dos reinos de Portugal e Castela suscitado pela expansão marítima, o qual, por sua vez, se entende bem sobre o pano de fundo da política interna da Ibéria, nomeadamente no que tem a ver com os problemas de sucessão dos estados em causa.

Dentro desta conjuntura destaca-se o Tratado de Alcáçovas, assinado a 4 de Setembro de 1479, que inova no quadro das relações diplomáticas da época pela preocupação de ambos os soberanos em definir áreas marítimas de domínio exclusivo. O Oceano Atlântico foi demarcado em duas partes separadas por uma linha que passava a Sul das ilhas Canárias. O domínio das terras a descobrir a norte desse traçado pertenceria a Castela, e a sul a soberania das terras descobertas ou a descobrir a Portugal.

No acordo entre Portugal e Castela formularam-se claramente os princípios do Mare Clausum. Por via do seu articulado Portugal conseguiu impedir que embarcações estrangeiras, mormente castelhanas, tivessem acesso ao mar da Guiné. Tal impedimento é de extrema importância, pois D. João II vai utilizá-lo para fundamentar as suas pretensões às terras onde Colombo chegará pela primeira vez em 1492.

Tordesilhas foi sobretudo um regulador da expansão ibérica e o seu significado esvaziou-se progressivamente, conforme outros Reinos europeus o iam colocando em causa. Contudo o Príncipe Perfeito acabou por assegurar uma rota, um caminho há muito procurado para chegar às Índias, feito que seria possível materializar quatro anos mais tarde, em 1498.

Castelo de Arouce


O Castelo de Arouce, fica localizado a cerca de dois quilómetros da freguesia, vila e concelho da Lousã, no distrito de Coimbra em Portugal. Encontra-se construído em posição dominante, no alto de um estreito contraforte da serra da Lousã, no local onde outrora existia a povoação de Arouce. É contornado em três dos seus lados pelo rio Arouce, sendo que, por esse motivo, muitos comparam-no com uma península. Hoje é conhecido por muitos como Castelo da Lousã.

Este castelo, possuidor de um aspeto bélico, abarca uma belíssima paisagem de um verde intenso e terras sem fim. É um edifício grandioso, rodeado de lendas contadas ao longo de várias gerações.

O Castelo de Arouce foi, em tempos, moradia de reis e de princípes, sendo já habitado no ano de 79 a.C., possuindo assim mais de 2000 anos de história.

História
A pequena povoação de Arouce, agora extinta, foi em tempos um local bem distinto da vizinha Lousã, sendo que, na época da fundação de Portugal era uma povoação bem mais importante. Esse fato é confirmado por documentos que remontam ao ano de 913.

Não se sabe exatamente em que ano foi construído o Castelo de Arouce, mas o mais provável é que a sua construção tenha ocorrido durante o século XI.

Mais tarde, em 1151, D. Afonso Henriques passou a Arouce um foral, que viria a ser confirmado por D. Afonso II. Nesses documentos pode ler-se que Arouce era nessa época uma vila, ao passo que Lousã era uma aldeia.

Em 1313, como consta de uma carta de doação passado por D. Dinis a favor de um dos seus filhos ilegítimos, João Afonso, estas distinção entre as duas povoações, com proeminência para a povoação de Arouce, ainda existia, sendo que aí são referidas descriminadamente a vila de Arouci, Lousã e Azor.

No entanto, com o passar dos tempos, Lousã foi crescendo, a ponto de, quando D. Manuel I, rei de Portugal, fez a reforma foraleira, em 1513, o foral já não foi atribuído a Arouce, mas sim a Lousã. Nessa altura, a povoação de Arouce provavelmente já teria desaparecido pois o Castelo mencionado no foral já é denominado de Castelo da Lousã.

Ao longo dos séculos, tanto Arouce como Lousã foram testemunhas e vítimas das diversas lutas que foram assolando a região, tendo o Castelo de Arouce um papel preponderante em muitas dessas lutas. Por exemplo, já na segunda metade do século XI, mais precisamente em 1064, Fernando Magno reconquistou Coimbra aos muçulmanos, trazendo a fronteira da Reconquista Cristã definitivamente até ao amparo das Serras da Lousã e da Estrela. Deste modo, quando D. Afonso Henriques ocupou o groverno do Condado Portucalense, já as terras de Arouce e o seu Castelo faziam parte desse património.

Apesar de não existir documentação que permita dizer com precisão quando foi construído o Castelo de Arouce, existe uma lenda local que dá a entender que a construção deverá ter ocorrido ainda no tempo da dominação romana. Conta-se que, certo chefe mouro de nome Arunce foi repelido dos seus estados em Conimbriga por inimigos que vinham do mar. Assim, ele refugiou-se nesta zona da serra da Lousã, dando o seu nome à localidade e edificando aí um Castelo onde pretendia resguardar a sua filha Peralta, e também guardar os seus tesouros. No entanto, muitos historiadores não dão qualquer valor a esta lenda local e atribuem a edificação do Castelo de Arouce ao Conde Sesnando, em 1080, ano em que Fernando Magno lhe concedeu o governo da vasta circuncrição conimbricense.

Caraterísticas

O Castelo de Arouce é um edifício de modestas dimensões, composto por uma linha de muralhas de planta aproximadamente escutiforme, que circuita um pequeno terreiro com cerca de 130 metros quadrados. Esta linha de muralhas é reforçada por quatro torreões semi-cilindricos, dois dos quais defendendo a entrada que fica rasgada na face oriental.

Adossada à muralhas do Castelo, pelo lado norte, ergue-se a dominadora torre de menagem que possui uma porta aberta do lado interior, ao nível dos adarves. A porta tem formato ogival , testemunhando assim alguns melhoramentos que foram feitos alguns séculos após a sua contrução, já que este estilo de portas é bem mais recente que a fundação do Castelo.

Ao longo dos anos, com o fim da sua povoação, o Castelo de Arouce foi sendo vítima de natural degradação, tendo sido muito recentemente objeto de obras de restauro empreendidas pela Direção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais. Ainda assim, essas obras foram apenas no sentido de evitar a ruína, encontrando-se atualmente o mesmo a necessitar de obras de restauro que lhe voltem a conferir a dignidade merecida por um monumento nacional com cerca de dez séculos de história.

Ruínas Romanas de Pisões


A villa Romana de Pisões, situada na freguesia de Santiago Maior, em Beja, foi descoberta acidentalmente na década de 1960, quando se realizavam no terreno os habituais trabalhos agrícolas, dando-se início imediato à sua investigação arqueológica.
As escavações em Pisões foram realizadas por diversos arqueólogos, com particular destaque para Fernando Nunes Ribeiro, que foi o primeiro a aí efetuar trabalhos de escavação, tendo assim comprovando estar em presença de uma importante exploração agrícola da época romana. Então, Nunes Ribeiro decide começar a escavar em extensão, pondo a descoberto praticamente todos os vestígios que hoje podem ser observados e que correspondem à casa ricamente ornamentada do proprietário.

Quanto às áreas diretamente relacionadas com a exploração agrícola, tais como as habitações dos criados, os armazéns, os celeiros e os lagares ainda hoje se encontram por escavar.

Caraterísticas

A villa ocupa uma área de aproximadamente 30 mil metros quadrados, estando situada numa zona aplanada que se prolonga por uma suave encosta até à ribeira da Chaminé. O modelo arquitetónico está centrado num átrio, ou peristilo, com um tanque decorativo central e uma colunata envolvente, em torno do qual se distribuem as cerca de quarenta divisões da casa.

A fachada principal da casa abria para um grande tanque exterior, para além do qual se situam também vestígios de mausoléus familiares, tendo sido, até ao momento, escavados três.

É possível observar-se a riqueza do proprietário e o gosto da época quer no revestimento dos pavimentos, com mosaicos e mármores, quer no das paredes, com pintura mural, da qual ainda se conservam alguns vestígios. Os mosaicos, existentes em grande variedade e riqueza estética, apresentam belíssimas composições geométricas e naturalistas, com destaque para a representação de aves (pombas) e animais marinhos (uma enguia e um peixe).

Próximo da casa situam-se as termas, que são um dos mais relevantes exemplares de banhos privados encontrados em território português, e cujos compartimentos se encontram num notável estado de conservação.

A ocupação da villa

A ocupação da villa romana de Pisões, teve início em meados do século I A.C., e prolongou-se por toda a época romana, até ao século IV D.C. Nas escavações foram também recuperados alguns elementos que apontam para uma continuidade até à ocupação da Península Ibérica pelos muçulmanos.

Bem próximo das atuais ruínas, do outro lado do actual caminho de acesso ao sítio, podemos encontrar a barragem romana, que represava a água da ribeira da Chaminé alimentando a villa. Esta barragem foi construída em alvenaria de pedra e argamassa e possuía uma albufeira com cerca de 340 metros de comprimento, 31300 metros quadrados de área inundada, armazenando um volume de água de 38000 metros cúbicos.

Ao contrário do que acontece na maioria dos sítios romanos, onde não existem dados concretos sobre os seus habitantes, em Pisões foi encontrado um pequeno altar ou em mármore devotado a Salus, a deusa da felicidade e da saúde. Aí encontra-se uma inscrição que revela que o altar foi dedicado pelo escravo Catulo a Gaio Atílio Cordo. Assim, é possível que este nome corresponda àquele que era o proprietário da villa em determinado momento do século I d.C., sendo Catulo um dos seus escravos.

No caminho de acesso à villa, próximo da barragem romana, ainda hoje é possível observar-se os vestígios dos pisões que terão dado o nome a este sítio arqueológico. Apesar de não se conhecer a cronologia deste engenho, é certo que muitos pisões só deixaram de estar em funcionamento ao longo da primeira metade do século XX.

Atualmente, as ruínas romanas de Pisões são geridas através de uma parceria entre a Direcção Regional de Cultura do Alentejo e a Câmara Municipal de Beja, integrando assim a Rede Museológica deste município. Desde 1970 que esta villa recebeu a devida proteção legal sendo declarada como Imóvel de Interesse Público.

Fortaleza de Sagres palco das comemorações do Infante D. Henrique


A Fortaleza de Sagres recebe no próximo dia 13 de novembro as comemorações dos 551 anos da morte do Infante D. Henrique

Para assinalar a efeméride, a câmara de Vila do Bispo, a presidência do Conselho de Ministros – Secretaria de Estado da Cultura/Direção Regional de Cultura do Algarve, em parceria com a Cinemateca Portuguesa, organizaram um programa que pretende recordar a grande figura da História de Portugal, Infante D. Henrique.

Deste modo, no período da manhã, pelas 10h30, realiza-se uma missa onde será lembrado o Infante D. Henrique, na Igreja de Nª Srª da Graça na Fortaleza de Sagres, seguida da homenagem com deposição de flores, junto ao monumento erguido em sua memória em Sagres, pelas 11h30.

No período da tarde, pelas 15h00, no auditório da Fortaleza de Sagres, serão exibidos os documentários de 1960 “Henrique, o Navegador”, de João Mendes e “Portugal Comemora a Morte do Infante D. Henrique” de Leitão Barros, que contam com a apresentação e introdução da professora da Universidade do Algarve, Ana Soares e do técnico superior de História da câmara de Vila do Bispo, Artur de Jesus.